Soneto da Lua

Mais bela que esta lua prateada

Que me trouxe pra casa em devaneios,

No quintal me encantou com olhos cheios

E deu-me luz – de teu olhar roubada;

Mais pura que a nudez da lua fria

A banhar meus delírios fervescentes,

Intensa com seus raios reluzentes,

Dor latente, insistente romaria.

Mais ferrenha que a fé do moribundo,

Maior que a maior grandeza do mundo,

É a musa inspiradora da minha arte.

Que presente se compara a esta lua?

Que outras faces meu canto me insinua?

Que outro existir senão para cantar-te?