CORRENTEZA


Levada pelas águas de um regato,
A pétala da rosa vai boiando...
Tão longe do jardim, nem é de fato,
Um algo que inda viva, desde quando

A flor despetalou na primavera.
E dessa água límpida que escorre,
Manter-se á superfície ela quisera,
Enquanto sua cor desbota e morre.

E o canto do regato é como um choro,
Lembrando o roseiral, florido à margem,
Que um dia o seu espelho refletiu.

As águas vão chegando, fazem coro
E a correnteza segue essa viagem,
Até que tudo acabe em algum rio...


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