Numa casa de telhado corrediço,
Onde o céu pode espiar dentro da sala,
Vejo estrelas, quando a tarde perde o viço
E o amor é uma certeza que não cala.

A parede de anteparo serve, apenas,
E, na linha do horizonte, não há nada
De interesse para o olhar que busca as cenas,
Luminares, nessa cor bela, azulada.

Se o desejo trouxe à tarde a cor vermelha,
A razão talvez se explique no poente,
Que é mais belo quando faz combinação

Dessas cores, de uma forma que assemelha
Ao levante da paixão que se pressente
E à doçura dos chamegos que virão...


Citando Marcos Loures,  que citou Drummond...

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