ATRAÇÃO


Na angústia do silêncio, eu sei o que desdigo
Nas brumas da manhã passeio a minha fera.
Na fera e no silêncio, estão o meu perigo,
Quando o desconhecido aguarda, o medo impera.

Se junto à minha sombra, viste o que não era,
O certo é que já foi bem longe o meu castigo.
Onírico esse espaço, o mundo da quimera
Não deixa que entreouça a voz que, eu sim, persigo.

O duplo de mim mesmo não me é igual
E sai, vagando a esmo, sem achar caminho,
Sem ter espaço algum, num tempo que desloca,

Distorce a realidade e a fera sai da toca...
E embora traga marcas, sofra um bocadinho,
Consegue se evadir, dessa atração cabal.


nilzaazzi.blogspot.com.br