SEM CERTEZAS


Escancara a janela, o olhar profundo,
E percorre extensões além da rua:
Dentro faz tal calor, o corpo sua,
Mas o vento refresca... E num segundo

Vem à mente a lembrança esfumaçada
De um amor que no tempo traz espanto,
Postergado, uma lenda posta ao canto;
Um guardado sem graça, uma charada.

Quanta força, no rumo à conclusão,
Será parte completa desse céu,
Nem percebe a razão. Se algo lhe vale,

É saber que as estradas não serão
Nem de longe seguras, e o labéu,
Pelas mãos, sem certezas, lhe resvale.


(Lipograma)


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