VISÃO DE DESPEDIDA

Não sei se foi de sonhos meu engano,
ou se da lua em seu luzir minguante.
Só mesmo sei que por algum instante
a vi envolta em vórtice vesano. 

Era noite de angústia e desengano,
de solitude nua e crua, avante
à desumana ausência de uma amante
que promete voltar, ano após ano. 

Além do céu, minha esperança erguida
aos farrapos de nuvens sem mais vida,
meus olhos loucos conceberam vê-la. 

Parecendo visão de despedida,
entre névoas, na noite adormecida,
ela se fez e foi viver estrela! 


Odir, de passagem