Soneto
Dizem que a sátira não honra a musa!
A qual, ao bom entendedor, isto é
Só inspiração falha à febril mulher
Que a infantil capa em fogaréu lambuza!
Quem sente enlevo em bem gozar de um tolo?
Quem sorve o Mundo, homem e bardo, chora
Pelo amargor de confeitado bolo!
Conquanto a faça rir, a mim, é um prêmio!
Embora a assuste, fero, nesta hora:
Desafinado ex-trovador boêmio!
E a (ab)surdas liras, do que mais preciso?!
Sabe o famoso "rir pra não chorar"?
E aí está: Um plácido e revolto mar,
Pois, se há um nariz vermelho ao choro e ao riso!
Teresina, 19/08/08