DOR

Se a dor que dói em mim, assim doesse,
Doída, como um nada, a doer tanto,
Talvez doera só pelo interesse
De que, por fim, não doeria o pranto.

Se a tua ausência já doeu bastante
E doerá, por certo, eternamente,
Que doa, de uma vez, lacrimejante,
Qual doeriam lágrimas da mente.

E quando a tua dor em mim doía,
Tal qual doeram todas, vezes mil,
-deixei doerem por compreensão.

Assim vivo o dorido dia-a-dia,
Embora já me doam, dor gentil,
As dores, que eu bem sei que doerão.


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