SONETO AO LUAR ( 2 )
Vai no carrocel de estrelas rodopiando
a lua e aqui o mar se lambe em prata;
mil vezes luarejado quem te encontra quando
nesse esmalte de perfeição em amor se trata.
Mostras tua tiara de luz e voltas dando
fazes-me alongar no imenso sal que se dilata
e sabes que acordas Zeus em sono brando?
Mostra aos Gnomos o caminho pela mata!
Ditoso é quem por ti de amores morre;
ditoso é, luar, quem por ti suspira
e vê adormecer Vênus no teu airoso manto!
Quero afestoar-me em tua graça; corre
pra mim como abençoada e afinada lira;
não bastar-te a noite, no eterno ouvirás meu canto.