AUGUSTO,JURO QUE TENTEI!

Numa metamorfose arroxeada morria

o entardecer num último e desbotado véu;

e de que serve a luz que rasga esse marnel

se um desepero a mais sempre se cria?

De que adianta essa luz se me resfria

com a descrença, me arrasta como um réu

e me serve um prato sarcástico de fel?!

Obumbra-me em teu seio, morte que se anuncia!

Já do sol a luz em mim não arde,

vai banhando-me a fria solidão das fragas;

só sinto em mim o espumejar púrpura da tarde.

Meus olhos são imersos numa dor suprema

e o corpo é corroido pelos vermes, pelas chagas;

dou-me por vencido, afinal; a noite é plena!

Chaplin
Enviado por Chaplin em 19/08/2008
Código do texto: T1134963
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