ESPELHO

Pelo que me anima, volto-me ao Espelho:

– Alma que te veste, por que és tão opaca?
Sofro pequenina; com quem me aconselho?
Só de ti vislumbro a Luz que se destaca.

Sobra a solidão. Além sou desgarrada...
Sigo noutros mundos. Busco compreender-te,
mas tu me apresentas mágicas de fada.
Diante de meus olhos foges, sem que o flerte

possa desvendar o estonteante esboço;
dessa construção, o conteúdo insosso.
Quando, a dor de mim, será de ti também?

Modo pertinente a cada e a ninguém,
alma que te fala unicamente a ti,
pingos dessa essência que não compreendi. 


Nilza Azzi

nilzaazzi.blogspot.com.br