FAROL

Nos longes do sertão, onde me guarda
um bosque um tanto escuro e tenebroso,
amargo a dor que sinto e a gata parda,
apenas ouve o choro, que nem ouso

mostrar nesse lugar ensolarado,
vivenda desse meu amor antigo.
O ninho onde um dia, por pecado,
troquei contigo olhares... Mas, prossigo;

vou crente de que o barro, um dia, assenta
e sobram-me barquinhos de papel
que a correnteza inda carrega, lenta.

Depois do temporal, rebrilha o sol
e o coração já sabe o que lhe tenta.
há barcos que navegam sem farol...


nilzaazzi.blogspot.com.br