FEIÚRA
A quem se ama não se atreve a alto estima
Escravizar-se nos tolos conceitos estéticos
Cilada que só aos inconformados vitima
Ditadura infame dos caros cosméticos
Carrega em si cada alma desabrochada
O belo lustro cintilante da natureza
E quanto mais aceita, querida, amada
Irradia magnífica luz de envolvente beleza
Eis o esplendor mais belo visto
Por outro que igualmente se ama
Só mesmo quem não tem previsto
Que tudo em si um dia descama
Correrá na vida o pior dos riscos:
Ser escravo d’uma pobre membrana
Jairo Lima