MINA DE OURO VELHO


Na escarpa adiante chego ao coração
Da velha mina que nunca se esgota
E cato à volta as pedras enganosas
“Ouro dos tolos” ou pirita, mesmo

E vago a esmo, como num deserto
E “aqui mulher não entra”, isso inda vale
Estale os dedos e terá nas mãos
Uma lembrança, pois ali não faltam

Falsas pegadas para os forasteiros
Aquela calma cheia de modéstia
E não é lenda, tudo fica perto

Mas não se ofenda, dona, é coisa antiga
Já do metal, jazidas não há mais
(Mas vero ouro eu vejo nos mineiros)

Para Amargo (Alessandro) e Marcos Loures.