MINHA MÁGOA
MINHA MÁGOA
Muita gente curiosa há, que insiste
Em saber por que vivo assim calada,
Por que tenho o semblante sempre triste
E esta ruga na fronte cinzelada...
O “ porquê ” desta mágoa que me assiste
Não tem razão para existir por nada.
Por que essa tristeza em mim existe
E por que de minha alma fez morada?
Não o sei, mas não posso disfarçar
Qual palhaço em que o mister consiste
Em se esconder em falso gargalhar...
E assim, eu do riso me abstenho,
Pois prefiro até ser sempre triste
A fingir alegria que não tenho...
( 1998)