CANTIGA DE CORES
Eu li, embevecido a prosa tua
ó linda Neusa, e te confesso, franco,
que jamais vi alguém, num papel branco,
corar, com letra, a natureza nua!
Pintaste céu e mar, o sol e a lua,
floriste verde o cinza do barranco,
douraste o horizonte, flanco a flanco,
de azul vestiste a vida, rua a rua.
Do zênite douraste a culminância,
branqueaste, inda mais, a vez da infância,
com nevados alvores, à vontade!
Desse color restou-me a substância
de teu sorriso meigo, dessa ânsia
de ver teu rosto e te sentir saudade...
Odir, de passagem