Sinestésicos desejos
Você vem, me prova da pele a textura.
E o fresco do aroma no olfato, qual fosse
Almíscar, vapor que é tão brando e tão doce,
Penetra-me o dorso e escorre em ternura.
Eu sorvo em sua boca do sumo que trouxe:
Prazer de beber de uma taça que é pura
Um vinho em saliva com gosto agridoce,
Que adentra-me os lábios e é fruta madura.
Licores, seus fluidos, genuínos olores,
E o sal do suor é o tempero que resta
No mel que açucara esses nossos sabores.
Suspiros, falsetes, libertas serestas...
Dois corpos descansam, banquete de amores,
Saciado o desejo e cansados da festa.