Soneto da Tarde Morta

Soneto da Tarde Morta

Dessa hora morta e posta

sonda a alma tola

que recria o sentido falho

e morre leve, solta.

Nesse dia morno e claro,

tudo é lembrança, preceito

num contemplar vazio e falho;

Cá estou, em pleito.

Nuvens caminhos, plácido leito,

furtos lampejos, lembranças

finca dor no peito, talho.

Dançar de folhas largas e tortas

encerra lembranças como herança

de tempo findo e esperança morta.

Malibe, 12 de agosto de 2008