SEREIA


Nos sonhos que sonhei, os mais gentis
Não vi no mundo tanta desvalia.
Palavras, ó palavras, não servis
Nem mesmo ao meu desejo. Valeria

A fala de um poeta, quando diz
Que o sonho a nada leva, que é preciso
Ação bem dirigida, alvo, a raiz
De um tema, a revelar novo juízo...

Falemos, pois daquilo que floresce
Em todos os jardins, mas não se creia
Que um verso enche barriga e não semeia

No mundo mais carência. E quem padece,
Nem sabe quanto vale essa sereia
A minha estrofe inútil, falsa, alheia.


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