Nada

Eu mato em minha alma uma ara santa,

No que antes era já silêncio e espanto.

Tão firme e forte o brado na garganta,

Querendo diluir a dor em pranto.

Há um fogo de paixões que só me rende,

Cativa a mim, qual fosse seu refém.

E de onde vem, me diz, por que me prende?

Por que me impede de eu sentir-me alguém?

Eu sigo meu destino reservado,

Preservo a mente sã e condenada

A um mundo vão de sonho e sem pecado.

Mas trago aqui a dúvida calada:

Por que cumprir à risca o lasso fado,

Se tudo é pó e se resume a nada?

Magmah
Enviado por Magmah em 07/08/2008
Reeditado em 09/08/2008
Código do texto: T1117046
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