Salvar o amor
Molhado o rosto, tenho deste pranto
Dores silenciosas, sofridas a sós
Espólio de um amor que calou voz
Após tantos anos falando tanto.
Esgotada e muda, vivo o quebranto
Que embarga a alma e assassina a voz
Peso todos os contras e os prós
Desistir custa, só Deus sabe quanto.
Balança o coração amargurado
Tenta salvar o amor ainda existente
Do mar insosso em que está naufragado.
Gerem-se as emoções sabiamente
Ensaia-se um amor apaixonado
Esperando que ele volte novamente.
Lucibei@poems
Lúcia Ribeiro
In ”Sonetos”