Soneto
Pseudo-intelectual, douto, boêmio...
Tal passo em tua pele um fio pincela
E vôos merece, não berros de cela...
Embora seja a fama fugaz prêmio!
Que minha obra lá em casa não mofe...
Mas quem quer levar, traga a jovem turba
Ou quem sabe até a mãe que se perturba
De ouvir se dizer: – Não entendi a estrofe...
Mérito às vendas, livros de bandeja,
Sofismas no ar, cerveja para a amiga
Que bem despejará em quem lhe corteja!
Visguentos motes, odes lisonjeiras...
Não há – Graças a Deus! – Mas há quem diga
Que eis aí de um ferreira as sextas-feiras!
a 19/03/08