Moinhos de ventos ( Grito da Mãe terra)
Então mudam-se os ventos, os velhos moinhos
Sobre a terra áspera que agora se prepara
E acolhida à semente, que mente, que mata, que chora
Sangra o rio dos dias, e vemos o acordar da rebeldia
A terra vadia, vendida, aliciada, por amantes de seus veios
O ser parecendo junto à escassa mordomia do principio
O grito preso, o choro solto, orações em prantos, um vadio santo
Ela abre-se sorridente, latente sem medo é roubada, violentada
Honrada na morte, mete medo exagero enterro doentia
Nas lavouras se ver o quanto a semente se fez pranto
Orgulhoso de seu monte de concreto que dignifica o santo
Os moinhos esquecidos, os ventos perdidos, dilúvios de nada
Ver-se seu choro um azul escuro um céu acinzentado
Sobras de um tempo, onde moviam-se moinhos de vento...