A saudade naufragada...
Estas lembranças que se contorcem e nivelam,
que acendem e apagam, num ritmo alucinado,
fazem-me pensar, sim, que elas só se revelam,
porque eu vivia, ainda, no longínquo passado...
Aquele passado do início, quando era o presente,
e se manifestava no tocar com muito carinho...
para descobrir se é verdade o que aí se sente,
e se o mar calmo nunca teria um redemoinho...
Mas quando o céu azul, tornou-se escurecido,
e os raios e relâmpagos chegaram à profundeza,
o mar criou ondas fortes que me submergiram...
E a saudade naufragou com o Amor perdido,
deixando, da Liberdade, a verdadeira Beleza,
pois as amarras do sofrer, ao final, se partiram...
Barcelona, janeiro de 2007