SONETO AO IDOSO





São muitos, ao fim da vida, que estão,
a encarar a dor do esquecimento,
experimentando o acre sentimento,
da desumana e cruel subtração.


Sem ter alguém pra segurar a mão
e até compartilhar um pensamento,
são largados ao frio isolamento
e a idade transforma-se em prisão.


Terão na solidão a mão nefasta,
que muito raramente se afasta
e quando está ausente não demora.


Só resta ao ressentido, o desprezado,
levar a outra vida o aprendizado,
pois nessa o desengano lhe devora...

Ravatsky
Enviado por Ravatsky em 25/07/2008
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