AO ACASO
Por acaso o Acaso eu conheci.
Surgia assim, do nada. De repente.
Na minha, na sua, na vida de toda a gente.
Sempre a nos dar um presente. Isto logo percebi.
Por que dá presente a todos se nem os conhece?
Uma vez lhe perguntei. Respondeu-me com pouco caso.
Não dou presente. Apenas entrego. E ninguém me agradece.
E continuou. Bons ou ruins, não sei. Escolho ao acaso.
E assim, tal figura, com e seu labor, a vida levava.
Mas naquele dia, pelos cantos, espiando, vi que procurava.
Por sua esposa. Perguntei se já tinha olhado na residência.
Não respondeu. Qual o nome dela? Perguntei, como quem atiça:
Seria a Oportunidade, a Sorte ou seria a Injustiça?
Nenhuma delas. Falou de repente. Minha esposa é a Coincidência!