A Álvares de Azevedo
Folheio mais uma vez, no meu retiro,
O livro da minha juventude triste;
E revendo esses versos, ainda suspiro,
Naquele sofrimento que ainda existe.
Se hoje tenho algum talento (eu não creio),
Deve ter vindo da mágica mistura
De poesia, conhaque, amor e receio,
Na sordidez de uma cova escura.
Mas o Romantismo acabou! que insistência!
Passou rápido como uma procela.
O leitor deve ter uma paciência...
O Romantismo e eu - um casal que revela,
Nestes tempos, a mais perfeita coerência:
Um frio e consumido toco de vela.