SOU MANHÃ DE DOMINGO

Pra mim és falsa, noite que estreleja

e respinga um jovem orvalho refletido

no teu riso arisco que sobeja

dos teu rúbeo crepúsculo esquecido.

Noite feia que enlambusa a tarde

sem as andorinhas nem crianças,

só traz o sono da virgem que se arde

em febre de sonhos e esperanças.

Por que é que desgrenhada assim, existes?

Deixa o dia alagar-se de manhã e de perfume,

do cheiro do arco-íris regaço dessa morena.

Esvai-te, noite, pelos becos tortos e tristes

de velas e de entes abismados no queixume;

Sou domingo, sou manhã; minha luz é plena!

Chaplin
Enviado por Chaplin em 12/07/2008
Reeditado em 15/07/2008
Código do texto: T1077347
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