KAMIKAZE
Quando imerso, o poeta, em uma frase,
galgando os cumes da imaginação,
vê que as reticências, vírgula e crase,
jamais definem a dor de uma paixão.
Não sendo vão o esforço, mas é quase,
o exercício cruel de redação,
como o insólito vôo de um kamikaze
e o mergulho fatal, na imensidão.
Também aflige o poeta o dualismo,
de ver que em toda paixão há um abismo,
entre a dor e o êxtase dos amantes.
Da linguagem do amor nasce o dilema:
Quais as palavras que servem ao poema,
onde não cabem vogais nem consoantes?
Quando imerso, o poeta, em uma frase,
galgando os cumes da imaginação,
vê que as reticências, vírgula e crase,
jamais definem a dor de uma paixão.
Não sendo vão o esforço, mas é quase,
o exercício cruel de redação,
como o insólito vôo de um kamikaze
e o mergulho fatal, na imensidão.
Também aflige o poeta o dualismo,
de ver que em toda paixão há um abismo,
entre a dor e o êxtase dos amantes.
Da linguagem do amor nasce o dilema:
Quais as palavras que servem ao poema,
onde não cabem vogais nem consoantes?