POEMA DO MEU SERTÃO

É flor em branco. É pé no chão.

É sol. É pranto. É o meu sertão.

É terra! É água? É contrição?

Do sertanejo, a solidão.

Rostos tão tristes. Só ilusão.

Bichos do mato, do meu sertão.

É sonho? É água? Resto de pão!

Na tumba fria, o seu colchão.

E no deserto, no areião,

Tal como o Cristo e a tentação,

Meu povo sofre a humilhação.

É cruz, são cravos... Espinhos, dor...

Um alto grito. Inumana dor...

E ao Pai entrega o que lhe restou.

Moses Adam

São Paulo, 26.01.2007

Rabiscos feitos no Metrô- 22h30