TAÇA DE VINHO
Ontem, no sonho da noite mal dormida,
Encontrei aquela a quem em amores insisto.
Dentro de uma taça, suavemente adormecida,
Em sono tranqüilo, diluída em suave vinho tinto
Pela haste, a taça, com cuidado levantei.
Contra a luz coloquei para melhor lhe analisar.
Em movimentos circulares. Suave aroma inalei,
Dos seus lábios delicados, convidando a beijar
Em macia poltrona eu me sentei para melhor vê-la.
Matar a sede quero, como todo o sedento anseia.
Antevejo-me em sonoros goles a sorvê-la.
Deixo de lado os modos e bebo você como um louco,
Gole a gole, gota a gota e me parece pouco
A minha sede não acaba. E a taça? Continua cheia.