TAÇA DE VINHO

Ontem, no sonho da noite mal dormida,

Encontrei aquela a quem em amores insisto.

Dentro de uma taça, suavemente adormecida,

Em sono tranqüilo, diluída em suave vinho tinto

Pela haste, a taça, com cuidado levantei.

Contra a luz coloquei para melhor lhe analisar.

Em movimentos circulares. Suave aroma inalei,

Dos seus lábios delicados, convidando a beijar

Em macia poltrona eu me sentei para melhor vê-la.

Matar a sede quero, como todo o sedento anseia.

Antevejo-me em sonoros goles a sorvê-la.

Deixo de lado os modos e bebo você como um louco,

Gole a gole, gota a gota e me parece pouco

A minha sede não acaba. E a taça? Continua cheia.

DRAKKAR
Enviado por DRAKKAR em 04/07/2008
Reeditado em 14/08/2009
Código do texto: T1064523
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