Arestas
Em mim, são chagas mil que não se curam,
Sou filha de um destino mal fadado.
Tão duras, tristes mágoas que perfuram
Meu pobre coração amargurado.
E some, pouco a pouco, em mim teu nome
Silente, minha alma só padece
D’um mal que toma conta e me consome,
Que vaga por meus vãos, não arrefece.
Eu tento ressurgir em tal vicejo,
Calada então aparo essas arestas...
Mas no meu peito a dor, sempre um latejo.
Daquilo que eu amei já só me resta
Um sopro tão pequeno, tão sem pejo,
Qual rosa que murchou depois da festa.