Arestas

Em mim, são chagas mil que não se curam,

Sou filha de um destino mal fadado.

Tão duras, tristes mágoas que perfuram

Meu pobre coração amargurado.

E some, pouco a pouco, em mim teu nome

Silente, minha alma só padece

D’um mal que toma conta e me consome,

Que vaga por meus vãos, não arrefece.

Eu tento ressurgir em tal vicejo,

Calada então aparo essas arestas...

Mas no meu peito a dor, sempre um latejo.

Daquilo que eu amei já só me resta

Um sopro tão pequeno, tão sem pejo,

Qual rosa que murchou depois da festa.

Magmah
Enviado por Magmah em 04/07/2008
Reeditado em 04/07/2008
Código do texto: T1064161
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