VER ALÉM
Tenho a um bem maior por opção.
Um sonho divino, sua sagrada face.
Desmembrar-se da verdade do coração
é viver na noite, em eterno disfarce.
Das minhas sandálias retiro a areia
e do meu rosto a relva desidratada.
Refaço o sangue das minhas veias,
redesenho meu perfil a partir do nada.
Sei que ando por gargantas e abismos.
Os espinhos são mestres que ensinam
a me conduzir nessa senda fragmentada.
Todas as grutas sempre dão em algum lugar.
Mesmo que eu vá bem devagar
Deus me reescreve em Suas linhas retificadas.
(Direitos autorais reservados. Lei 9.610 de 19.02.98)