Soneto de infidelidade

De tudo ao meu amor serei relapso.

Desta vez com tal desprezo e sempre e muito.

Que mesmo em face do maior desencanto,

Ele se desencante mais do meu destrato.

Quero revê-lo em cada triste momento.

E em louvor a seu pesar hei de espalhar meu canto,

E rir meu riso e não mais derramar meu pranto.

À sua dor ou seu descontentamento.

E assim quando vier a mim

Quem sabe a morte, único escape de quem sofre,

Quem sabe a desilusão, fim de quem ama.

Eu possa dizer do infeliz (que tive),

Que sejas triste, posto que me traíste.

E que essa dor te dilacere enquanto dure.

Miss Angel
Enviado por Miss Angel em 02/07/2008
Reeditado em 16/02/2010
Código do texto: T1061396
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