Desventura d'Amor/

Quando d’Amor minha bem-aventurança

Consistia-se em tão perfeito estado,

E eu nada receava e em nada prostrado,

Foi aí, então, que se deu uma mudança.

Hoje vivo d’Amor desenganado

E tudo me fere qualquer lembrança!

Ó gente ímpia olhai onde ponde esperança

Se não quiserdes viver bem magoado!

E escutardes a mim – o descontente,

Pois vede onde minha ventura

Põe-me um mal, que cresce lentamente!

Ó gente cega!Ó mísera gente!

Vede donde vem vossa desventura,

Que Amor é um mal,que mata e não se sente.

Alssyno Dantas
Enviado por Alssyno Dantas em 30/06/2008
Reeditado em 08/07/2008
Código do texto: T1059030
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