Anelos e ânsias
Tomara fosse encanto e apenas circunstância
a infância tão vivida e bela. Essa elegância,
instância do momento em grande aprendizado
é um dado que suplanta o ego. O ser amado,
alçado a ser divino, é límpido, imortal,
sem mal, sem impureza, puro, sem igual.
Em qual dos céus repousa ess'alma etérea, pura,
em duração tão parca, em atos tão segura?
É dura a sua sina, é grande o seu amor...
Supor que tão sublime ser sentisse dor
é pôr contradição na criação divina.
A sina de quem vive e canta descortina
a mina de prazeres, simples, sem ganância.
A ânsia já é muita e beira a bela infância!
26/06/2008
Soneto construído para fazer parte de uma coroa de sonetos em oficina de sonetos do Fórum do Recanto das Letras.