Frustração
Com fel me fiz prazer, não mais que um gosto, eu sei,
mas rei não pude ser e nunca mais serei,
pois dei minha coroa a quem não mereceu
e a deu a um outro ser, e esse não sou eu.
Valeu o meu intento? O meu valor foi falho?
Eu valho alguma coisa? Alguém eu atrapalho?
Um talho de inquietude abriu a minha mente
e nem tentei sentir o que senti. Somente
a gente pensa ser o que jamais pensou.
Restou a ilusão de nunca ser quem sou,
se vou ou não ser nada, e nada é quase o fim.
Eu vim falar de tudo, e não falar de mim
e assim termino um sonho, um sonho de ser rei.
Deixei até delir anelos que sonhei.
25/06/2008
Soneto construído para fazer parte de uma coroa de sonetos em oficina de sonetos do Fórum do Recanto das Letras.