MUSEU DE MIM MESMO
Quem é você que chega e só com a presença espanta
O fantasma curador que meus sonhos acalanta?
Quem é você que chega e destrói como louca,
Pedras preciosas do passado e lembranças de louça?
Do museu tão íntimo e que preservo em meu peito,
As relíquias do meu passado. Esculpidas na dor do rompimento,
Forjadas no engano. Pinturas fugidias em perspectiva de um momento.
Mosaico de sorrisos e futuros a mim negados por direito!
As carícias nas pinturas antigas,
Os abraços nas esculturas esquecidos,
Os desejos nas fotos esmaecidos.
Meu acervo querido tão rápido se dissipa.
Pois sua presença como fúria insana, de golpes a esmo,
Faz ruir, por completo, este museu de mim mesmo.