O Estudante e o Cadáver
O Estudante e o Cadáver
Não me assombra o anatômico defunto
Exposto e retesado no azulejo,
É o meu espelho amorfo e num lampejo
Vejo-me dissecado em seu conjunto,
São as mesmas artérias, mesmos músculos,
Ali jaz minha imagem e semelhança...
Ah, que espetacular a minha andança!
Desvendarei meus traços nos corpúsculos!
Conseguirei salvar um ser doente!
Obrigado cadáver! Nasce um médico
E a tua morte será recompensada,
Lembrarei da tua ossada em meio asséptico,
E assim como em tua vida, em minha mente
Não será tua matéria sepultada.