JARDIM VAZIO




Em minha velha casa abandonada,
somente dor e tristeza a inunda
e há indícios que a dor já se confunda
com uma réstia de sol, quase apagada.


Nos jardins dessa casa não há nada;
a última flor que restou é infecunda,
pois reconhece que sofre e se afunda,
a mitigar silente a dor calada.


Restando à casa, pois, um só destino:
Acostumar-se assim, sem inquilino,
e aceitar que esse mundo lhe esqueceu...


Uma janela se abriu e um sol bem forte,
iluminou os jardins de amor e sorte;
foi nesse dia que a casa renasceu.