O Velho Viajante

O Velho Viajante

Ele é o meu velho e a mim tudo confessa,

Atende aos gestos - flete lento as pernas

Mas os seus olhos correm tantas léguas

Que até meu lenço voa ao ver sua pressa.

Eu sou capaz de ser o seu cajado

Até levá-lo ao mundo que merece

E enquanto a água quente a mente o aquece...

A gente escuta e enxerga o que é engraçado

E enquanto asseio a exposta cartilagem...

A gente mente e aposta na viagem,

A gente alegra e dança num tablado,

A gente jura, é o som de um belo fado

E enquanto a vida aqui não me aparece...

Eu sou sua mente e a gente tudo esquece.

Ivo Tavares
Enviado por Ivo Tavares em 23/06/2008
Código do texto: T1047991