O Soneto abaixo foi versado em 29 de junho de 1976. É um relicário, uma das maiores lembranças que um filho pode guardar de um Pai. Eu tinha apenas 10 anos, quando ele escreveu esses versos. Guardo-os comigo, como guardo tantos outros, para justificar a minha herança como escritor. Certamente, não seria quem sou e nem mesmo, teria tanta vontade de seguir à diante, não fosse o caminho que meu Pai me incentivou a trilhar.
Tenho a mente exausta, debruço no leito,
não descanso, falta a prece do meu peito.
Anjo lindo vem sentir o cativeiro,
que bravos mares o conduz...É o Negreiro...
Minha alma sente esse afeto formulado,
A Deus entrego este Amor tão desvairado.
Mas no Jardim das Roseiras, te esperarei,
Tal qual nas sombras das estrelas, cantarei...
E levar-te-ei mil flores, das Terras que nos,
unir na eternidade, amar-te-ei por anos,
e séculos, minha amada, sem enganos...
Lembrar-me-ei dos negros olhos venerados,
Sofrido rosto, que em sonhos são revistos,
Num Amor de desenganos, mas vividos.
Nota: Glória aos heróis negros, que tombaram por um ideal...A liberdade. A esses Mitos dediquei este soneto.
Paulo Valencia - O Bárbaro!