Soneto Vigésimo Sexto
E então: onde eu estarei agora?
Já passou o momento de ir,
minha eloquência é apenas mentir.
Para onde eu irei embora?
Para onde, para onde... nesta hora
em que o passado começa a pedir
o ópio de viver as mentiras e sentir,
o quanto chorei por estar de fora...
Sinto-me mais envelhecido nestes dias
e minhas lágrimas se refletem na poesia;
minh'alma voa solitária sobre o mar de desamor.
Mas a verdade nos versos de conto de fadas
não refletem o todo puro contido em minh'alma
e me escondo, discreto, no meu âmbito de dor.