Soneto III (para Hefesto)
Quem és tu, caliginoso fogo?
Que não te queimas sob própria chama
És tu o messias, dum poiquilotérmico
Ou és o cárdio, de quem não mais ama?
Teu fecundar foste em meio a sonhos
Neste metafísico, por gemiparidade!
E se dele à vida, atacas-te a mesma
Não foi pois iníqua, mas iniqüidade
Iniqüidade dos que pernoitam, com o pesar
Do mundo que um ombro não suporta
Dos que erradicam sem balancear
O alvéolo vivo com a pleura morta
Fogo! Tu és servo a queimar!
Para além dos brônquios, para além da aorta!