Geadas de Inverno
Geadas de Inverno
28/08/2003
Por entre as frestas, cinzeladas na janela
do meu singelo olhar, perdido num vão,
Assisto a duelos, entre o Sol e o Deus Trovão,
Nos frios lençóis dum leito ornado de procela.
Glaciais rajadas, vêm num ímpeto selvagem,
Fustigar, calmamente, o fraco Sol restante
nos poiais azuis celestes, do árido semblante,
Que me ofertaste, gentilhomem, com friagem.
Se o Vento, cruel, não permite um fim feliz,
Nem deixa entrar as réstias finais dum dia claro,
Que seque já a Primavera..., e a cicatriz
Que tu deixaste, em geadas, e extinguiste, assim,
as altaneiras chamas, fósseis dum amparo
num Inverno conjugal; num leito de marfim!