Sal
Em teus prados, colinas e desertos,
E na vasta floresta de teus pelos
Passeiam minhas mãos, lábios abertos,
Na glória de apalpá-los e mordê-los.
Nesses vales brotam botões de flores
Tão belos, tão maduros, tão devassos.
Espalham-se e perfumam meus langores
Absinto que embriaga e deixa traços.
Eu te sorvo e te provo calmamente,
Deixo marcas, vestígios dos meus dentes,
E o sal do teu suor mata minha fome.
Nós somos macho e fêmea nessa dança,
Bailamos sem pecado ou temperança.
- Chama acesa e fagulha que não some.