DESÂNIMO




Que se pode fazer da vida, quando,
não há mais nada, enfim, para fazer;
nem avançar, nem parar, retroceder
e mesmo assim ter que seguir andando.


Somente resta o coração pulsando,
para um insípido e cinza amanhecer.
Quem me dera! Pra sempre adormecer
e nunca mais ter que acordar chorando...


Vou tropeçando e caindo, contrafeito,
gosto amargo na boca, dor no peito,
mas se eu soubesse com fervor orar;


Imploraria à Deus, em última prece,
se só um sopro de vida eu tivesse,
pra nessa terra nunca mais voltar...


Ravatsky
Enviado por Ravatsky em 15/06/2008
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