Pobre Naciso!

Não há poesia em nada no universo,

Ela mora dentro do peito aflito

Do narciso, frente a si e o seu verso

Maturando lentamente num grito.

Para viver o poeta mendiga poesia

Mima verbos de sua melhor lavra,

Troca insone muitas noites por um dia

Peneira sentimentos em cada palavra.

Morre o narciso poeta em cada rima

Dispnéico de amor engasgado,

Vendo no espelho a pouca estima

Impressa no próprio olhar esgazeado.

Emoldurado pela luz da eterna saudade

Busca o bardo o doce prêmio da felicidade.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 14/06/2008
Código do texto: T1034340
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