Fuga
Como um gato perdido numa esquina
Apreciando sua imensa solidão esquálida
Atenuando-se da mentira, essa desculpa inválida.
Me refugiei da minha própria sina.
O cigarro apaga-se numa ventania cálida
Como numa rogativa ele pede a chama fina
Quando de repente percebo num casa em ruína
Um movimento surreal de uma imagem pálida.
De ímpeto senti uma mistura de raiva e pavor
A cada passo esquadrinhado aumentava o meu torpor
E esse espectro? Será ele o nomeado a ser meu pajem?
No íntimo entreguei-me ao meu fatídico fadário
E ao me aproximar daquele fantástico cenário
Num velho espelho vi, a minha própria imagem.