CHEGA
Viver de migalhas nunca mais
Preciso logo de um amor total.
Tenho minha honra, meus ideais;
Chega de penar à toa sem fanal.
Cansei de acordar nos madrigais
Sem o calor de uma mulher fatal,
Rolar na cama fria em dia normal
Como tantos estranhos animais...
Chega de choramingar pelos cantos,
De sofrer as agruras vis da solidão,
De amargurar ruína e desencantos.
Chega de vagar tanto pela escuridão.
Eu preciso de alguém e de acalantos,
De um amor sincero no meu colchão.